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Polineuropatia prejudica locomoção

polineuropatia060208.jpgPara um ex-jogador de futebol profissional, não conseguir se movimentar sozinho é o fantasma que mais assombra sua carreira. Existem muitas histórias de atletas que ficaram impossibilitados de andar por terem sofrido algum acidente na prática desportiva ou por doença incapacitante. O mais recente caso que veio à tona é do ex-jogador do Vasco da Gama do Rio de Janeiro e da seleção brasileira Geovani. Aos 43 anos de idade, o capixaba vive um drama, após sofrer de polineuropatia, uma doença que afeta a coordenação motora, causando a perda de movimentos relacionados a uma inflamação de múltiplos nervos.

O ex-atleta só consegue se movimentar com o auxílio de uma bengala. Para tentar minimizar a dificuldade de locomoção, ele faz fisioterapia três vezes por semana. Mas não sabe se vai conseguir voltar a viver como antes. ?Estou me recuperando. Ficou uma seqüela que vai melhorar com a fisioterapia, pois não tenho equilíbrio com a perna toda esticada?, conta. Depois de voltar a andar, o grande sonho do ex-atleta é voltar a bater uma bola com os amigos em Vila Velha, no Espírito Santo.

O neurologista do Hospital Pilar, de Curitiba, Otto Fustes, explica que a polineuropatia é a disfunção simultânea de muitos nervos periféricos do corpo e possui muitas causas diferentes. Conforme o médico, as mais importantes são o diabetes e o alcoolismo, para citar apenas duas, já que a hereditariedade, substâncias tóxicas e diversos tipos de infecções também provocam a doença. ?Em alguns casos, a polineuropatia pode ser aguda e aparecer sem nenhum aviso, em outros, a pessoa reclama de fraqueza, câimbras, formigamento nos membros periféricos e, muitas vezes, quedas inexplicáveis?, ressalta o médico.

A principal investigação nesses casos, de acordo com Fustes, é identificar as causas da doença. Isso pode ser feito por meio de uma eletromiografia. ?Cada caso deve ser avaliado individualmente e o histórico familiar é importante para se estabelecer o tratamento?, avalia. Entretanto, de acordo com os médicos, o diagnóstico da polineuropatia é somente o início. Se a causa for um distúrbio metabólico e não uma lesão física, os exames de sangue podem revelar o problema subjacente. A hiperglicemia (concentração elevada de açúcar no sangue) também pode indicar um diabetes mal controlado e o aumento da concentração de creatinina sugere uma insuficiência renal. Os exames de urina podem revelar uma intoxicação por metais pesados e os exames da função tireoidiana ou uma dosagem dos níveis de vitamina B podem ser adequados em alguns indivíduos.

Tratamento multidisciplinar

Segundo o neurologista, os objetivos do tratamento podem ser a cura do distúrbio (se possível) ou proporcionar uma maior capacidade de cuidar de si mesmo e de independência, e o controle dos sintomas. O tratamento é, sobretudo, multidisciplinar, incluindo a intervenção de fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e terapeutas vocacionais, entre outros. Assim, os exercícios podem ser utilizados para aumentar a força e o controle muscular. O uso de bengalas, muletas, cadeiras de rodas, aparelhos ortopédicos e talas podem melhorar a mobilidade ou a capacidade para utilizar uma extremidade afetada.

Uma das principais preocupações dos médicos com respeito ao tratamento de polineuropatias é a com a segurança do paciente. ?A falta de controle muscular aumenta o risco de quedas ou outras lesões?, admite Fustes, recomendando algumas medidas de segurança, como o uso de corrimões, evitar tapetes soltos, ampliar a iluminação e a remoção de obstáculos para facilitar o caminho dentro de casa.

Existe a possibilidade de recuperação total da doença se sua causa é identificada e tratada com sucesso, limitando-se danos maiores. Em alguns casos, pode haver perda de movimentos, de função ou de sensibilidade, total ou parcial, que resultam em incapacidade. O paciente também sofre com dores incômodas e persistentes durante um período prolongado. Em casos mais severos a polineuropatia pode provocar graves sintomas que causam risco de morte.

Complicações

* Perda de movimento parcial ou total

* Falta parcial ou total no controle dos movimentos

* Perda de sensibilidade

* Dificuldade de respiração

* Úlceras de pele

* Baixa auto-estima

* Perda de massa muscular

* Difícil cicatrização

* Outras deformidades

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